Diante de um cenário de demissões em massa, crise de publicidade digital e reavaliações de metas, as big techs protagonizaram um período de grandes dificuldades nos últimos trimestres.
Grandes empresas de tecnologia como Facebook, Twitter, ByteDance, Alphabet, enfrentaram uma dose amarga de prejuízos. Para se ter uma ideia, somente a Apple, Microsoft, Amazon e a Meta perderam juntas o total de US$3,901 trilhões em valor de mercado no período de 12 meses. Os dados são de um levantamento realizado pela consultoria TradeMap para o portal de notícias G1.
No entanto, em agosto deste ano, as big techs estão apresentando os primeiros sinais de melhora, após essa avalanche de quedas. Mas quais foram as medidas que resultaram nessas novas perspectivas e qual o quadro atual dessas empresas? Confira agora, neste artigo!
Como foi o período de prejuízos nas Big Techs
Alguns fatores foram cruciais para levar as big techs a um cenário de prejuízos, mas a desaceleração do crescimento econômico global foi a maior razão para a redução drástica e inevitável de custos em todas elas.
De acordo com uma pesquisa da 365 Data Science, que fez uma análise sobre o porquê de tantas demissões, outro motivo foi a contratação em
massa de pessoas durante a pandemia. Além disso, o mesmo levantamento mostrou que várias funções estão sendo substituídas por automatizações em vários setores.
Dessa forma, dentre as maiores evidências de redução de custos, entraram em cena as demissões. Nesse panorama, a Microsoft demitiu 10 mil funcionários, a Alphabet (dona da Google) 12 mil, a Amazon 18 mil e o polêmico investidor Elon Musk chegou no Twitter demitindo metade dos trabalhadores.
De acordo com a TrueUp, plataforma especializada em empregos na área, chega a 100 mil o número de demissões em todo o setor de tecnologia. Destas, somente Apple, Microsoft, Amazon, Meta (dona Facebook, Instagram e WhatsApp) e a Alphabet demitiram 40 mil colaboradores, apenas no mês de janeiro de 2023.
A receita com publicidade nessas empresas despencou nos últimos meses, além disso, perderam um valor de mercado significativo. A Apple, Microsoft, Meta Alphabet e Amazon foram as que mais tiveram prejuízos, perdendo juntas quase US$4 trilhões, segundo dados de um levantamento da TradeMap.
Uma das redes sociais mais famosas da Meta, o Facebook, viu suas ações despencarem, após a empresa divulgar seus resultados financeiros e previsões de desempenho baixo em 2022.
Os prejuízos deixaram Mark Zuckerberg, presidente da Meta, com uma queda em suas ações. Eduardo Saverin, cofundador da rede, também não escapou, ficando com menos de US$4,3 bilhões em sua fortuna e perdendo o posto de brasileiro mais rico do mundo.
Em um comunicado, Zuckerberg deixou clara as consequências da crise na rede, pois admitiu a redução do tamanho da equipe em 13%, o que significa a redução de 11 mil postos da força de trabalho do Facebook.
O caso do Twitter foi um pouco diferente, afinal a rede social apresentou mudanças após a nova gestão do magnata Elon Musk. Em uma de suas primeiras medidas à frente da rede do passarinho, que tinha na época 7 mil funcionários, o empresário comunicou a demissão de metade da equipe. Um detalhe bizarro nessa história, é que esses empregados foram comunicados da demissão via slack e e-mail.
No entanto, tudo indica que Elon Musk tenha tomado essas medidas para equilibrar o caixa da companhia, que já estava enfrentando problemas financeiros na antiga gestão. Dessa forma, ele teve que enfrentar todas as contas pendentes relacionadas ao Twitter. No segundo semestre de 2022, o empresário chegou a vender US$4 Bilhões em ações da Tesla para injetar no Twitter.
TikTok
De acordo com fontes citadas pelo jornal britânico Financial Times, uma das gigantes da tecnologia, o TikTok (controlado pela ByteDance) reduziu sua meta em 20%. Segundo a própria controladora da empresa, a plataforma estimava arrecadar o valor de US$12 bilhões com publicidade para 2022, mas reduziu a projeção para US$10 bilhões.
Segundo o Financial Times, o TikTok chegou a fazer uma reestruturação de suas operações nos EUA. Além disso, outra análise, sobre anúncios do LinkedIn, realizada pelo provedor de dados Punks & Pinstripes Insights revelou que centenas de profissionais deixaram a empresa nos últimos três meses, apesar disso, o motivo da saída desses funcionários não é somente em razão de demissões.
No início deste ano, o Google informou que sua controladora, a Alphabet cortou 6% da força de trabalho, o que equivale a demissão de cerca de 12 mil colaboradores.
Além das demissões, os cortes nos custos chegaram aos colaboradores que ainda estão nas equipes. Somente na Califórnia foram demitidos 30 massoterapeutas, acabando com as regalias de sessões grátis aos funcionários. Além disso, a empresa informou que vai fechar algumas cozinhas a fim de reduzir os custos e o desperdício de alimentos no planeta.
Novas perspectivas para as grandes empresas de tecnologia
Assim como a crise no Google abriu as portas para revelar o cenário ruim que as big techs enfrentam, é a controladora da gigante de tecnologia que aponta os primeiros sinais de melhora para o setor.
A Alphabet apontou um crescimento significativo em publicidade, cerca de US$58,14 bilhões, com aumento de 3,3% em relação ao ano passado. Sendo a maior parte gerada pelo Google com US$42,63 bilhões superando em 27,6% o resultado do segundo trimestre do ano anterior.
Logo em seguida, a Meta apresentou uma alta de 11,9% sobre o resultado obtido em 2022. A aposta dessas empresas em inteligência artificial foi um dos fatores que ajudou a melhorar o quadro de crise, além da redução de contratações e a reavaliação de metas.
O que esperar da retomada das big techs
As expectativas das big techs estão voltadas ao investimento da inteligência artificial. Algumas já até davam spoiler disso, enquanto faziam demissões em massa. Prova disso, podemos observar nas palavras do próprio presidente do Google, Sundar Pichai, quando disse que o enxugamento das equipes era necessário para destinar mais recursos ao desenvolvimento de IA.
Por outro lado, empresas de cloud podem ganhar protagonismo neste cenário de melhora das big techs. É o que aponta o analista do setor de tecnologia do Itaú BBA, Thiago Alves Kapulskis. Que acredita que as receitas de serviços de computação em nuvem como Google Cloud e Microsoft Azure podem conquistar um espaço ainda maior.
No entanto, Thiago também afirma que as gigantes de tecnologia ainda têm dificuldade de estimular uma adoção mais acelerada de serviços de nuvem pelas empresas, devido aos juros altos. Além disso, depois de uma avalanche de quedas, a tendência é que as lideranças das big techs tornem-se ainda mais seletivas em suas tomadas de decisões. Grandes investimentos em propagandas on-line, por exemplo, podem não ter a mesma proporção que em tempos passados.
Gostou do conteúdo? Conheça a AbraHosting e fique por dentro de todas as notícias do setor de hosting e cloud computing. Bem como participar de eventos e networking assertivos do mercado.