Lançado recentemente, o Wi-Fi 7 traz maiores ganhos de eficiência e velocidade em relação ao Wi-Fi 6. Não é à toa que as estimativas sobre a tecnologia já anunciavam as boas expectativas do mercado. O Relatório anual da WBA (Wireless Broadband Alliance), por exemplo, indica que 70% dos provedores consideram que a frequência de 6 GHz será importante para a versão 7.

Consequentemente, acredita-se que a adoção do Wi-Fi 7 por operadoras e provedores de serviços de internet (ISPs) deve ir além do esperado em 2024. Segundo o mesmo relatório da WBA, 41% das operadoras planejam lançar a tecnologia este ano. Entenda agora esse panorama que essa nova velocidade de redes sem fio promete.

Entenda a força do Wifi-7 no mercado

Maior transmissão de dados com menor latência e maior velocidade

Inicialmente, o Wi-fi 7 promete melhorar a capacidade de transmissão, pois tem uma latência menor e velocidade maior em relação ao Wi-Fi 6. Deste modo, a nossa versão garante entregar velocidades entre 40 Gb/s e 46 Gb/s, com maior segurança de criptografia no padrão WPA3.

Outro benefício, é o limite de largura de banda, que dobrou de 160 MHz a 320 MHz. O que implica downloads sem fio de mais de 2 GB por segundo.

Em outras palavras, o Wi-fi 7 terá melhores aplicações em transmissão de vídeos em 8K, realidade virtual, jogos online, transmissão de arquivos e uso industrial. Não é à toa que as empresas já estão investindo em novas parcerias para colocar a tecnologia no mercado.

Um bom exemplo disso, aconteceu com a Dicomp, fornecedora brasileira de soluções integradas para telecom, energia solar, segurança eletrônica e automação industrial. A empresa não perdeu tempo e fez parceria com a gigante chinesa Ruijie & Reyee (empresa que atua em telecomunicações na Ásia) para lançar o Wi-fi 7.

O objetivo da Dicomp é viabilizar tecnologias avançadas aos provedores de internet para, dessa forma, proporcionar um efeito cascata de melhorias de internet ao público final, já que a maioria dos lares brasileiros ainda possuem roteadores com Wi-Fi 5.

No topo da lista de interesses

Uma coisa é certa, o Wi-fi 7 é uma das tendências do universo tecnológico para 2024. Isso fica ainda mais claro, na análise mais recente realizada pela Wireless Broadband Alliance (WBA). O estudo mostrou que, até o fim de 2024, mais de 41% das empresas de telecomunicações desejam fornecer a tecnologia de conexão.

Dentro desse número, 7,5% já implantaram a rede sem fio 7 e trabalham em casos de uso, esperando que a tecnologia habilite novos negócios e fontes de receita. Além disso, o Wi-Fi 6 e 7 estão no topo da lista de tecnologias sem fio prioritárias que operadoras, ISPs e fornecedores de dispositivos e chipsets planejam implantar ao longo do ano.

A pesquisa também aponta que 70% dos entrevistados estão envolvidos com uma implantação de Wi-Fi público em toda cidade ou planejam tal iniciativa para 2024/2025. Vale lembrar que o relatório da WBA se baseou em 200 entrevistas com empresas, governos, operadoras fixas e móveis, fornecedores e outras organizações globais.

Lançamento do Wi-fi 7 e expectativas: o que dizem os especialistas

Lançamento do Wi-fi 7

A novidade com a conexão mais veloz de Wi-fi, foi apresentada na feira de tecnologia CES 2024, em Las Vegas.  A empresa Wi-Fi Alliance trouxe para o evento, o padrão, que promete maior velocidade e segurança às redes sem fio.

No entanto, mesmo antes do lançamento alguns roteadores Wi-Fi 7 já estavam disponíveis no mercado (aparelhos da Netgear, TP-Link e Eero). Mas com o lançamento oficial da Alliance, haverá a obtenção da certificação, essencial para garantir o desempenho adequado desses dispositivos.

Expectativas com considerações de especialistas

De acordo com Laura Pancini, repórter de Tecnologia, à Exame, é possível que sejam lançados novos produtos. Desde smartphones, laptops à roteadores, todos já com a versão 7, em 2024.

Por outro lado, Carlos Cordeiro, membro sênior da Intel e CTO de conectividade sem fio, falou ao portal Engenharia 360 sobre a importância de tornar o Wi-Fi mais confiável.

“A pergunta que nós fizemos foi: ‘O que fazemos agora?’ O Wi-Fi realmente precisava se tornar mais confiável… acredito que é hora de olharmos mais para a latência e nos tornarmos mais determinísticos.”, afirmou.

Deste modo, Cordeiro disse também que não se trata tanto da taxa de transferência, mas sim da garantia que o pacote de dados chegue na primeira vez que você o envia.

Entre os desafios que a mais nova versão do Wi-fi 7 pode enfrentar, é com relação ao tempo que levará até sua implantação de fato.  De acordo com Ayrton Neves, diretor de Canais da TP-Link ao Olhar Digital, devemos ser realistas quanto a isso.

“As infraestruturas de rede do país, regulamentações e o ciclo de atualização dos dispositivos implicam que a implementação do Wi-Fi 7 no Brasil não será uma realidade a curto prazo. Este processo é complexo e pode se estender por alguns anos”, afirmou Neves.

Uma coisa é certa, quando o Wi-fi 7 chegar em todo país, será uma evolução, que transformará o mercado e a conectividade, trazendo uma experiência mais rápida e eficiente.